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port'lesney, besançon, France

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Um guerreiro não adia suas decisões.
Ele reflete bastante antes de agir; considera seu treinamento, sua responsabilidade, e seu dever com o mestre. Procura manter a serenidade, e analisa cada passo como se fosse o mais importante.
Entretanto, no momento em que toma uma decisão, o guerreiro segue adiante: não tem mais dúvidas sobre o que escolheu, nem muda de percurso se as circunstancias forem diferentes do que imaginava.
Se sua decisão foi correta, vencerá o combate - mesmo que dure mais do que o previsto. Se sua decisão foi errada, ele será derrotado, e terá que recomeçar tudo de novo - com mais sabedoria..
Mas um guerreiro , quando começa, vai até o fim.
O guerrero sabe que - no silêncio do seu coração, existe uma ordem que o orienta.
Um guerreiro precisa de amor. O afeto e o carinho fazem parte de sua natureza - tanto quanto o comer, o beber, e o gosto pelo Bom Combate.
Quando o guerreiro não está feliz diante do pôr-do-sol, alguma coisa está errada.Neste momento, o guerreiro interrompe o combate e vai em busca de companhia, para assistirem juntos ao entardecer.
Se tiver dificuldades em encontrá-la, pergunta a si mesmo: "tive medo de me aproximar de alguém? Recebi afeto, e não percebi?”
O guerreiro as vezes se comporta como água, e flui por entre os muitos obstáculos que encontra.
Em certos momentos, resistir significa ser destruído.Nestas horas, ele se adapta as circunstâncias. Aceita, sem reclamar, que as pedras do caminho tracem seu rumo através das montanhas.
Nisto reside a força da água: ela jamais pode ser quebrada por um martelo, ou ferida por uma faca. A mais poderosa espada do mundo é incapaz de deixar uma cicatriz em sua superfície.
A água de um rio adapta-se ao caminho que é possível, sem esquecer do seu objetivo: o mar. Frágil em sua nascente, aos poucos vai ganhando a força dos outros rios que encontra.
E, a partir de determinado momento, seu poder é total.

(nao consegui descobrir o autor do texto...)

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010


Quando fazemos alguma atividade circense que exige uma grande força ou de tração,ou de arrasto,acabamos que nos machucamos.O que fazer quando queremos muito fazer algo e estamos machucados?
bom,no circo fazemos mesmo assim,depois a ferida acaba que vira um grande e duro calo!
O bom é que quando estamos com o calo não vai machucar mais,a dor que no começo era insuportável,hoje não incomoda mais.Estamos calejados.
na minha vida acabei desenvolvendo muitos calos,muitas feridas sangraram e doeram muito ate eu poder ver o calo aparecer.
Agora me vejo em uma situação em que sei que vai aparecer uma ferida nova,sei que de novo vou ficar sentindo dores e vou ter vontade de desistir.Mas essa ferida vai vir sem eu ter chamado,eu não quero passar por isso de novo.
existem dores que transformam as pessoas e faz nascerem novos olhares e novos pontos de vista antes de vir o calo...
Eu sei que não existe nada que eu possa fazer.Tenho calos nas mãos,nos punhos,nos braços,nos joelhos e nos pés. Sinto muito orgulho deles, são como certificados de aptidão que a vida me imprimiu. E agora, a vida me diz que também tenho que ter um calo por dentro,por dentro as feridas também acabam virando calos...
Achei que no meu peito minhas poucas feridas iriam apenas fechar.mas percebi que quando abertas, cada vez me doem menos,por menos tempo e que meu peito esta ficando mais difícil de ferir...acho que esta criando calo!
E isso também me doi...

terça-feira, 29 de dezembro de 2009



Fico pensando como com tanto tempo trabalhando em cena,ainda hoje tenho tanto medo de encarar o publico sozinho. São alguns instantes,poucos minutos que me exponho de maneira que me apavora e me deixa sem saber para onde olhar.
Gozado, porque ultimamente tenho sofrido com problemas que me deixam meio triste e bastante tempo para ficar comigo mesmo. Nessa eu percebi que, se minha vida fosse um grande espetaculo,cada fase da minha seria como um numero que apresento ao mundo. Percebi que em todos os momentos que fiquei um tempo sozinho,longe dos que amo, era como se estivesse de frente ao grande publico,o mundo.E sem saber o que fazer, como improvisar, acabava sentindo um gigantesco no na garganta, e torcia para o tempo passar fazer tudo acabar logo.
Meus atos precisam ser acompanhados. Eu trabalho em conjunto, me sinto mais seguro quando troco energias e experiências.tanto na vida quanto em cena acabo procurando mais alguém.
Estou aprendendo que muitas vezes nossos fantasmas estão esperando o momento de fraqueza para nos assombrarem. Sei que cada dia mais estou aprendendo a ter coragem de olhar em volta sem querer encontrar alguém que me faça sentir seguro. Tudo e todos que poderiam ter acrescentado algo a minha vida ate este momento ja deixaram algo em mim, e se tiver que me conformar com isso, vou tentar cada dia permanecer um segundo a mais em cena, para assim aprender que eu tenho que me bastar para que o publico me veja como eu realmente sou.
Um homem,um artista...

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009


Sou palhaço, de fazer rir me orgulho
entre eu e o mundo existe um muro
a minha alma em versos distribuo
do meu tesouro inteiro eu me desfaço.
Enfeito o meu rosto com uma lágrima
que cobre a verdadeira, que é salgada igual ao mar,
que eu amo tanto
e quiçá seja feito do meu pranto.
Num rosto amigo meu olhar passeia
perguntando se por mim anseia
porque nada além do riso eu posso dar
meu coração não aprendeu a amar.
Sozinho no meu quarto encaro o espelho
tentando descobrir meu próprio anseio
um sonho que escapou, quem sabe um dia
quando eu os tinha ainda e acalentava.
Mas nada encontro e o riso se desfaz
a lágrima se oculta, seca, ineficaz
vou pela vida buscando um amanhã
que mesmo vazio, me traga a paz.
Enquanto isso, meu riso continua
meio torto, indelicado, mal feito
mas é a oferta que tenho, e é sua.
É fácil nele crer, se você crê na lua...

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Pura felicidade é estar em cena,sentir que todas as dores valem a pena.Naqueles 15 minutos que sou o dono da atenção de todos e que faço com que o perigo se transforme algo engraçado e os aplausos que consolam minha fraqueza humana também afagam meu ego de artista...
gostaria de dividir tudo isso com quem tem tirado meu sono e desviando meus pensamentos para outro continente...
amo você...

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

no espaço de 13mts redondo se passa um espetaculo de circo,no espaço de 15mts quadrados se vive em um circo.
13mts é o que mede um picadeiro de circo tradicional em media por aqui. um treiller de circo mede 6,50mtsX2,20mts em media.
espaços pequenos se pensarmos que um artista dedica anos de ensaio,horas do seus dias em um picadeiro de um circo. e, muitas vezes arrisca de perder a vida dentro daquele espaço tao "pequeno",o picadeiro.
quando nao esta trabalhando ou treinando,geralmente estamos em nossos treillers,afinal é onde moramos quando estamos acompanhando um circo.
 passei mais da metade da minha vida vivendo assim,e fui muito feliz quando criança.
  agora eu penso por que  no mundo existem pessoas que se acham melhores,mais valiosas,artistas que atropelam outros com seu hego?
esta semana passamos por uma tempestade de neve. e de manha quando fui escovar os dentes nao tinha agua na torneira.pensei que deveria ter acontecido algo de grave para deixarem faltar agua no circo. quando eu sai para ver o que havia acontecido,eu vi a grande "estrela" do circo descongelando a mangueira que levava agua para seu treiller. sim, quando faz frio as coisas congelam,e quando se mora em um grande acampamento tudo congela.para o resto dos artistas e moradores do circo  foi so mais um motivo de festa, pois todos estavam ali tratando de descongelar suas mangueiras para poder fazer comida,lavar roupas,ou ate lavar o rosto no meu caso!
 pois é, foi muito bom ver que quando a coisa aperta nao existem melhores e piores,nem mesmo estrelas se livram de descongelar as mangueiras.
 no picadeiro todos somos mais um artista de um espetaculo.no circo todos somos mais um que tem que descongelar a mangueira de sua pequena casa de rodas quando esta muito frio.
no picadeiro aprendi a andar,aprendi a cair,a comprimentar,a levantar, a sorrir,e ate me decepcionar com amores que ali nasceram. o que eu nunca aprendi foi a ver minha profissao que ali nasceu, ser tratada como mercadoria,ser apenas mais um valor na folha.
 no lugar onde estou vendo os mais lindos e prosperos circos,onde o publico culturalmente gosta de prestigiar o circo e onde o trabalho é abundante. os artistas que fazem o grande espetaculo se vendem.
claro que é um trabalho, e que todos recebemos por ele,agora nao podemos tratar o circo como nosso local de trabalho,porque a magia acaba ficando so nos grandes cartazes, que mostram gigantescos leoes,destemidos domadores,trapezistas musculosos e muito corajosos,magicos que sesafiam nossos olhos e intigam nossas mentes.
 acabamos que so vemos ginastas usandos umas roupas apertadas e engraçadas com um sorriso constrangido no rosto.isso nao é o circo,e isso o publico vê. essa foi a maior liçao que pude aprender ao ter passado mais da metade de minha vida dentro de um espaço hora redondo de 13 mts,hora quadrado de 6mts.
 A UNICA COISA QUE DIFERE O ARTISTA CIRCENCE TRADICIONAL DO ARTISTA GINASTA, E TER PASSADO A VIDA DENTRO DO PICADEIRO,ONDE OS VALORES NAO SAO SOMENTE MONETARIOS.
  (com todo respeito aos que trabalham no circo.por opçao de vida ou opçao de profissao)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009


sempre que penso no que me move,vejo que sou um nomade.acho que esse é o termo que mas se aproxima do que sou em verdade.
tudo que vivo e desejo vem de onde estou,e o próximo passo me leva a lugares que inspirarão a ter novos sonhos.esse ciclo me deixa com pedaços do mundo registrados em meu corpo e mente,como calos cicatrizes e lembranças...mas também deixa um pedaço de mim em cada lugar que conheço,isso acaba me renovando a cada mudança.
hoje vivo nos ares, recebendo e devolvendo pessoas que voam,se jogam na minha direçao como se eu fosse o único que poderia salva-las, confiam em mim e esperam que eu saiba o que fazer para devolve-las ao seu lugar,sua plataforma,onde todos podem admira-los e inveja-los.
estranho mesmo é ser responsável por vidas que só querem atenção a seus actos heróicos.penso que essa é uma forma de hegoismo muito estranha,pois querem o reconhecimento por algo que nunca conseguiriam sozinhos...
o termo circense para o que sou hoje é PORTÔT, palavra vinda do francês,mas que também é conhecida como aparador,recebedor,forte,etc.
MINHA VIDA NUNCA FOI TAO PARECIDA COM MINHA PROFISSÃO,SOU TRAPEZISTA POR ESCOLHA MINHA,MAS A VIDA ME ESCOLHEU PARA SER PORTOT DOS QUE ME CERCAM...
Sei que minha força um dia vai chegar ao fim,e espero que alguém possa me dizer o que fazer com uma historia de suspiros,salvamentos,aplausos.